Características
Criado em 1988 pela Assembleia Nacional
Constituinte, o Tocantins é o mais novo dos 26 estados do Brasil. Localiza-se
na região Norte, exatamente no centro geográfico do país, condição que lhe
possibilita fazer limites com estados do Nordeste, Centro-Oeste e do próprio
Norte.
Na maior parte, o território do Tocantins é formado
por planícies e ou áreas suavemente onduladas, estendendo-se por imensos
planaltos e chapadões, o que constitui pouca variação altímétrica se comparado
com a maioria dos outros estados. Assim, o ponto mais elevado do Tocantins é a
Serra das Traíras, com altitude máxima de 1.340 metros.
Em termos de vegetação, o Tocantins é um dos nove
estados que formam a região Amazônica. Sua vegetação de cerrado (87% do
território) divide espaço, sobretudo, com a floresta de transição amazônica.
Mais da metade do território do Tocantins (50,25%)
são áreas de preservação, unidades de conservação e bacias hídricas, onde se
incluem santuários naturais como a Ilha do Bananal (a maior ilha fluvial do
mundo) e os parques estaduais do Cantão, do Jalapão, do Lajeado e o Monumento
Nacional das Árvores Fossilizadas, entre outros. No Cantão, três importantes
ecossistemas chegam a encontrar-se: o amazônico, o pantaneiro e o cerrado.
Só em reservas indígenas, totalizam-se 2 milhões de
hectares protegidos, onde uma população de 10 mil indígenas preserva suas
tradições, seus costumes e crenças. No Tocantins existem sete etnias (Karajá,
Xambioá, Javaé, Xerente, krahô Canela, Apinajè e Pankararú), distribuídas em 82
aldeias.
Limites
Maranhão e Pará, ao Norte;
Goiás, ao Sul;
Maranhão, Piauí e Bahia, ao Leste;
Pará e Mato Grosso, a Oeste.
Goiás, ao Sul;
Maranhão, Piauí e Bahia, ao Leste;
Pará e Mato Grosso, a Oeste.
A Capital
A capital do Tocantins, Palmas, é a última cidade
brasileira planejada do século 20. Possui uma arquitetura arrojada, com
avenidas largas dotadas de completo trabalho paisagístico e divisão urbanística
caracterizada por grandes quadras comerciais e residenciais.
Sua beleza, aliada ao caráter progressista, ajudou
a atrair para a mais nova capital brasileiros de todos os estados. O baixo
índice de violência (Palmas é a segunda capital mais segura do país em
proporção de homicídios, segundo o Ipea) também apontou positivamente neste
sentido.
Com a
criação do Estado do Tocantins, em outubro de 1988, e a eleição para os cargos
dos poderes Executivo e Legislativo estadual, em 15 de novembro do mesmo ano,
foi necessária a escolha de uma capital provisória, até a definição de onde
seria construída a sede definitiva do Tocantins.
Em 7 de dezembro de 1988, o então presidente da
República, José Sarney, anunciou que a cidade de Miracema do Tocantins, na
região central do Estado, seria a capital provisória – condição que o município
ocupou por exatamente um ano, da data de instalação do novo Estado (1º de
janeiro de 1989) até 31 de dezembro daquele ano.
Enquanto isso, o governador do Estado à época, José
Wilson Siqueira Campos, logo após sua eleição, solicitou levantamento para
definir a localização de uma cidade que possibilitasse ser o pólo de irradiação
de desenvolvimento econômico e social para o Estado. O resultado do estudo
determinou uma área localizada entre os municípios de Porto Nacional e
Taquaruçu do Porto, a leste do povoado do Canela, entre o rio Tocantins e a
Serra do Carmo.
A capital foi transferida para Palmas em 1º de janeiro,
ainda em meio ao processo de construção da cidade.
A instalação de Palmas só foi possível com a
transferência da sede administrativa do município de Taquaruçu do Porto para
Palmas, o que tornou o prefeito eleito de Taquaruçu, Fenelon Barbosa, o
primeiro prefeito de Palmas. Com esta decisão, Taquaruçu transformou-se em
distrito de Palmas, assim como Taquaralto e Canela (hoje inexistente, submerso
pelo lago da usina hidrelétrica Luiz Eduardo Magalhães).
O nome de Palmas foi escolhido em homenagem à comarca de
São João da Palma, sede do primeiro movimento separatista do norte goiano, e
também pela grande quantidade de palmeiras na região.
Bandeira
Instituída
pela lei 094/89, de 17 de novembro de 1989, na primeira Constituição do Estado
do Tocantins, a Bandeira do Estado é constituída de um desenho simples e
despojado. Tem um retângulo com as proporções de 20 módulos de comprimento por
14 de largura.
Os
vértices superior esquerdo e inferior direito são dois triângulos retângulos,
com catetos de 13 por 9,1 módulos, nas cores azul e amarelo ouro,
respectivamente. A barra resultante dessa divisão, em branco, está carregada
com um sol estilizado de amarelo ouro, com oito pontas maiores e 16 pontas
menores, com quatro e 2,3 módulos de raio.
O projeto da Bandeira do Tocantins traz a mensagem de uma
terra onde o sol nasce para todos. De amarelo ouro, ele derrama seus raios
sobre o futuro do novo Estado, colocado sobre uma barra branca, símbolo da paz,
entre os campos azul e amarelo, cores que expressam respectivamente o elemento
água e o rico solo tocantinense.
Brasão de Armas
Criado pela lei 092/89, de 17 de novembro de 1989,
publicada na primeira Constituição do Estado do Tocantins, o Brasão de Armas do
Estado é um escudo elíptico, preenchido na metade superior pela cor azul e
carregado com a metade de um sol de ouro estilizado, do qual se vêem cinco
raios maiores e oito menores, limitados na linha divisória. A metade inferior
do escudo é uma asna azul, ladeada nos flancos direito e esquerdo de branco e
no termo de amarelo ouro.
Sob o
escudo, lista azul com a inscrição "Estado do Tocantins" e a data
"1º de janeiro de 1989", em letras brancas, fazendo referência à data
de instalação do Estado.
Em timbre, uma estrela de amarelo ouro com borda azul,
encimada pela expressão em tupi "CO YVY ORE RETAMA", que significa em
português “Esta terra é nossa”, escrita em sobre listel azul.
Significados
O sol amarelo, do qual se vê apenas a metade despontando
no horizonte contra o azul do firmamento, é a imagem idealizada ainda nos
primórdios da história do novo Estado, quando sua emancipação mais parecia um
sonho inatingível. Simboliza o Estado nascente. A asna em azul, cor do elemento
água, representa a confluência dos rios Araguaia e Tocantins, fonte perene de
riquezas e recursos hidroenergéticos.
Os campos em amarelo e branco lembram, respectivamente, o
rico solo tocantinense e a paz desejada para o Estado.
Em timbre, a estrela em amarelo representa a condição do
Estado do Tocantins como uma das unidades da Federação Brasileira. Como
suporte, a coroa de louros que era colocada na fronte dos heróis vitoriosos, em
verde, como justa homenagem e reconhecimento ao valor dos tocantinenses cujo
esforço transformaram o sonho tão longínquo de emancipação na mais viva
realidade.
História
"O
que será toda essa riquíssima região no dia em que tiver transporte fácil pelo
rio ou uma boa rodovia, ligando todos esses núcleos de civilização. E
sonhamos... com as linhas aéreas sobrevoando o Tocantins, vindo ter a ele ou
dele saindo para os diversos quadrantes.
As rodovias chegando a Palma, a Porto Nacional, a Pedro
Afonso, a Carolina, a Imperatriz, vindos de beira mar! O tráfego imenso que a
rodovia Belém do Pará - Imperatriz - Palma teria, se aberta ! (...)
E pensamos: quantas gerações passarão antes que este
sonho se realize! (...) mas tudo vem a seu tempo!" (Lysias Rodrigues)
Já sonhava Lysias Rodrigues na década de quarenta, quando
defendia a criação do Território do Tocantins. E o tempo chegou!
Foi criado pela Constituição de 1988 o Estado do
Tocantins. Sua Capital não é a Palma de que fala Lysias, mas é Palmas, em
homenagem a esta, a Vila da Palma, antiga sede da Comarca do Norte. E as
rodovias e as linhas aéreas já vêm e saem do Tocantins "para diversos
quadrantes".
Muitas gerações compartilharam o sonho de ver o norte de
Goiás independente. O sentimento separatista tinha justificativas históricas.
Os nortistas reclamavam da situação de abandono, exploração econômica e do
descaso administrativo e não acreditavam no desenvolvimento da região sem o seu
desligamento do Sul.
O artigo 13 das Disposições Transitórias do Projeto da
Nova Constituição, aprovado em 27 de julho de 1988, criando o Estado do
Tocantins, tornava o sonho quase real. Mas ele se transforma em realidade
quando sua criação foi legitimada, com a promulgação da Constituição, em 5 de
outubro de 1988. Finalmente, os tocantinenses puderam afirmar: “Co yvy ore retama”.
“Esta terra é nossa”!
A frase não é só um impresso no brasão do Tocantins, mas
significa o desfecho vitorioso da luta pela sua criação que viria determinar
seu destino.
Criado o Estado do Tocantins, vem à tona a sua história.
Conhecendo-a, seu povo se percebe com identidade própria. E conhecer a História
do Tocantins é muito mais do que só saber sobre sua criação. É também buscar
entender o Tocantins dentro do contexto da história geral do Brasil e,
principalmente, suas particularidades, onde se configuram sua formação social,
as formas de resistências e as buscas de alternativas da população diante das
adversidades encontradas em seu caminho.
Formação
Histórica
O extremo norte de Goiás foi desbravado por missionários
católicos chefiados por Frei Cristovão de Lisboa, que em 1625 percorreram a
área do rio Tocantins, fundando ali uma Missão religiosa. Nos dois séculos que
se seguiram, a corrente de migração vinda do norte e nordeste continuou a
ocupar parte da região.
Pelo sul, vieram os bandeirantes, chefiados por
Bartolomeu Bueno, que percorreram toda a região que hoje corresponde aos
Estados de Goiás e Tocantins, ao longo do século XVIII. Na região existiam duas
culturas diferentes: de um lado, a dos sulistas, originários de São Paulo, e,
do outro, os nortistas, de origem nordestina.
As dificuldades de acesso à região sul do Estado, por
parte dos habitantes do norte, os levaram a estabelecer vínculos comerciais
mais fortes com os Estados do Maranhão e Pará, sedimentando cada vez mais as
diferenças e criando o anseio separatista.
Em setembro de l821, houve um movimento que proclamou em
Cavalcante, e posteriormente em Natividade, um governo autônomo da região norte
do Estado.
Cinqüenta e dois anos depois, foi proposta a criação da
Província de Boa Vista do Tocantins, projeto não aceito pela maioria dos
parlamentares do Império. No ano de l956, o juiz de Direito da Comarca de Porto
Nacional elaborou e divulgou um "MANIFESTO À NAÇÃO", assinado por
numerosos nortenses, deflagrando um movimento nessa Comarca, que revigorava a
idéia da criação de um novo Estado.
Em l972, foi apresentada pelo Presidente da Comissão da
Amazônia, da Câmara dos Deputados, o Projeto de Redivisão da Amazônia Legal, do
qual constava a criação do Estado de Tocantins, aprovada em 27 de julho de
l988, pela Comissão de Sistematização e pelo Plenário da Assembléia Nacional
Constituinte.
Seu primeiro Governador, José Wilson Siqueira Campos,
tomou posse em 1º de janeiro de l989, na cidade de Miracema do Tocantins,
escolhida como capital provisória do novo Estado, até que a cidade de Palmas, a
atual capital, fosse construída.
Origem do Nome
Tocantins
Nome de tribo indígena que habitou as margens do rio. É
palavra tupi que significa bico de tucano.
Localização
Está situado no sudoeste da região norte do País.
Limites
Norte: Estado do Maranhão
Leste: Estados do Maranhão, Piauí e Bahia
Sul: Estado de Goiás
Oeste: Estados de Mato Grosso e Pará.
Leste: Estados do Maranhão, Piauí e Bahia
Sul: Estado de Goiás
Oeste: Estados de Mato Grosso e Pará.
Clima
/ Temperatura
O clima do Estado de Tocantins é tropical, com
temperaturas médias anuais de 26º C nos meses de chuva (outubro-março), e 32º C
na estação seca (abril-setembro).
O volume de precipitação média é de l.800mm/ano nas
regiões norte e leste do Estado, e de l.000mm/ano na sua região sul.
Relevo
Seu relevo é formado por depressões na maior parte do
território, sendo que na parte sul e nordeste encontram-se áreas de planaltos,
com grande ocorrência de erosões, enquanto na parte central predominam extensas
e belas planícies. As maiores altitudes localizam-se a leste e ao sul, onde se
encontram as Serras do Estrondo, Lajeado, do Carmo e do Paraíso, com altitude
média entre 360 e 600 metros.